A SOMBRA DOS MORTOS

SAN’TELMO, RUY (1937) A SOMBRA DOS MORTOS. LISBOA: SEARA NOVA. DE 18X12 CM. COM 209, [7] PÁGS. E.

“(…) Os caracteres são bem desenhados. O velho industrial rapace e rotineiro cheio de um ódio surdo pelo seu concorrente mais expedito, opõe-se com felicidade ao Dr. idealista cuja filosofia um pouco ingénua é, por outro lado, bastante flutuante. Vitória, a perceptor. tem todas as qualidades e todos os defeitos da sua função. As figuras populares que atravessam a cena, com a excepção do doido, são apenas esboçadas. Há em todo o livro uma grande justeza de tom e de pormenores. As personagens muito portuguesas, desconcertam por vezes pela natureza das suas paixões; Mas é certo que as três figuras centrais: Mateus, vítima de sua ascendência, e espírito fechado, o Dr. Silvestre, que simboliza um certo ilusionismo liberal e o jovem engenheiro sôfrego de novidade, mas hesitante, representam bem três gerações. - De resto a ação desenrola-se numa aldeia, à margem dos grandes centros, e o conjunto oferece um quadro bastante vivo cheio de pitoresco. Rosita dá-nos a nota emotiva do belo e profundo sentimento português. No domínio do estilo é incontestável” P. H. Lebesque (Mercure de France), in Seara Nova, n.º 596

Encadernação meia francesa de pele, decorada na lombada com títulos gravados a ouro; com leve aparo em todos os cortes e as capas preservadas.