O MARQUÊS DA BACALHOA & A EXECUÇÃO DO REI CARLOS

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O MARQUÊS DA BACALHOA & A EXECUÇÃO DO REI CARLOS

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ALBUQUERQUE, ANTÓNIO DE (2008) O MARQUÊS DA BACALHOA, SEGUIDO DE A EXECUÇÃO DO REI CARLOS. LISBOA: FRENESI. DE 19X13 CM. COM 348 PÁGS. ILUST. B.

1.ª reedição das edições princeps de 1908 e 1909.

Transcrição do «Exórdio»:

«Grosso escândalo com o livro do Albuquerque – O Marquês da Bacalhoa. Este Albuquerque, conhecido pelo Lêndea, é o último descendente, pelo pai, do grande Afonso de Albuquerque, e, pela mãe, do grave, do douto João de Barros. Ainda aqui há anos, quando o rei visitou uma terra de província e se hospedou na casa dele, saíram das lojas caixotes de louça da Índia, que nunca tinham sido abertos. Ele tem tido uma vida de aventuras: bateu-se em duelo em Madrid, caçou no Cabo com lordes, tocou guitarra em Trouville e teve uma loja de instalações eléctricas na Itália. Agora é jornalista, escritor, poeta, e publica este livro de escândalo, em que a rainha, senhora na mais alta acepção da palavra, é posta de rasto… Mas faça-se-lhe justiça: tudo aquilo – e pior – anda por aí de boca em boca há muito tempo. E não vem de baixo – vem de cima…» (Raul Brandão, Memórias, I)

A Execução do Rei Carlos (de 1909; óbvio desenlace do livro anterior) fica-se pela marca azeda de um fugitivo às sequelas do regicídio, cônscio de como fora traído, ou pelo menos frustrado nas expectativas. Sentimento, aliás, comum a tantos revolucionários sempre que deixam para trás de si portas abertas desaproveitadas… A (in)acção decorre em Espanha, e, para além do lamento pessoal, capta, da boca de um directo interveniente nos acontecimentos que vitimaram a família real, detalhes desse dia que virou o país de pernas para o ar. Limpando os escolhos “literários”, subsiste na sua pungência original uma passagem da nossa História, das difíceis de se lhe omitir a parte maldita.

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E no fim de tudo (Junho, 1923), de novo Raul Brandão não se esquecerá de redigir um apontamento sobre a morte, em Sintra, do autor d’O Marquês da Bacalhoa:

«Já há longos meses que tinha desaparecido dos cafés. Nos últimos tempos queixava-se:

– Enquanto fui pobre, tive sempre saúde, agora, que herdei, estou sempre doente.

Morreu dum cancro na bexiga, depois de sete meses dum sofrimento horrível.

O Marquês da Bacalhoa chamou-se primeiro Enseada Azul. Quem lhe insinuou o título definitivo foi o Gualdino Gomes. Imprimiram-no num quarto andar da rua do Arco do Bandeira, numa dessas pequenas oficinas a que os tipógrafos chamam catraia. Mas quem o escreveu? Alguns dos capítulos não são do António de Albuquerque…» (Vale de Josafat, Memórias, III)

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