GONÇALVES, FLÁVIO (1984) A ARTE NO PORTO NA ÉPOCA DO MARQUÊS DE POMBAL. PORTO: INSTITUTO DE HISTÓRIA DE ARTE: FACULDADE DE LETRAS DO PORTO. DE 21X14 CM. COM 30 PÁGS., [4] FLS. ILUST. B.
“Aceitando sugestões de colaboradores e de negociantes nortenhos, o ministro de D. José fundou no Porto, em setembro de 1756, a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, pela qual procurou evitar a ruína dos proprietários dos vinhedos da região duriense, defender a genuinidade do chamado vinho do Porto e aumentar exportação deste produto. Assim revitalizou a atividade mercante da cidade, não só no comércio interno, mas em especial no âmbito do comércio externo. Ao estabelecer a Companhia, o futuro Marquês de Pombal não pretendiam apenas atingir fins económicos. Apoiando-se nessa base propôs-se desenvolver e modernizar o Porto nos setores social, administrativo, urbanística e cultural. (…)
Ao lado das encomendas de retratos, e de quadros com paisagens e alegorias, a sociedade pombalina do Porto passou a ajustar-se, na vida doméstica, a um maior conforto e requinte. Usa belos móveis, boas louças, pratas elegante fatura. Tratava-se de peças atentamente escolhidas, aprazíveis, fabrico nacional ou fabrico estrangeiro. Em colecções privadas e em diversos museus se descobrem espécimes de todos os géneros, que se sabe serem oriundos de moradias portuenses. Objetos predominantemente do estilo rocaille ou rococó.
Até nós chegaram, entre os utensílios de prata, belíssimos serviços de chave, salvas, cafeteiras, talheres, gomis e bacias, castiçais, tinteiros e alfaias litúrgicas. Surpreende o número de ourives prateiros que no Burgo exerceram então a sua atividade. Pela qualidade dos seus trabalhos identificados por documentos ou pelas marcas de e punções de contraste, citem se os nomes de João Coelho Sampaio e Luís de António Teixeira Coelho.
Exemplar valorizado com dedicatória autógrafa do punho do autor para Eugénio da Cunha e Freitas. ilustrado à parte com reproduções fotográficas.
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