SARAMAGO JOSÉ
(2009) CAIM. ALFRAGIDE
: CAMINHO. DE 21X13CM. COM 181[3] PÁGS. B.
«A
história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele
nos entende a nós , nem nós o entendemos a ele .»
Saramago
escreveu outro livro. O seu título é “Caim”, e Caim é um dos protagonistas
principais. Outro é Deus, outro ainda é a humanidade nas suas diferentes
expressões. Neste livro, tal como nos anteriores, “O Evangelho segundo Jesus
Cristo”, por exemplo, o autor não recua diante de nada nem procura subterfúgios
no momento de abordar o que, durante milénios, em todas as culturas e
civilizações foi considerado intocável e não nomeável: a divindade e o conjunto
de normas e preceitos que os homens estabelecem em torno a essa figura para
exigir a si mesmos - ou talvez fosse melhor dizer para exigir a outros - uma fé
inquebrantável e absoluta, em que tudo se justifica, desde negar-se a si mesmo
até à extenuação, ou morrer oferecido em sacrifício, ou matar em nome de Deus.
«"Caim"
não é um tratado de teologia, nem um ensaio, nem um ajuste de contas: é uma
ficção em que Saramago põe à prova a sua capacidade narrativa ao contar, no seu
peculiar estilo, uma história de que todos conhecemos a música e alguns
fragmentos da letra. Pois bem, com a cabeça alta, que é como há que enfrentar o
poder, sem medos nem respeitos excessivos, José Saramago escreveu um livro que
não nos vai deixar indiferentes, que provocará nos leitores desconcerto e
talvez alguma angústia, porém, amigos, a grande literatura está aí para
cravar-se em nós como um punhal na barriga, não para nos adormecer como se
estivéssemos num opiário e o mundo fosse pura fantasia,» Pilar del Río.
NOTA IMPORTANTE: capa com algum desgaste e manchas de acidez;