ALENTEJO: REGA DE 170.000 HECTARES

PLANO DE VALORIZAÇÃO DO ALENTEJO: REGA DE 170000 HECTARES. DIRECÇÃO-GERAL DOS SERVIÇOS HIDRÁULICOS. DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS. LISBOA: D.G.S.H., 1965. DE 30X20 CM. COM [2], 228 P., [41] F. IL. : IL., MAPAS GEOGR. DESDOBR., GRÁF. B.

O mais completo e exaustivo trabalho sobre os planos de rega preconizados pelo Estado Novo para Alentejo.

Destacam-se as mais de três dezenas de mapas, impressos a cores e apresentados em folhas desdobráveis (algumas de grandes dimensões) dos aproveitamentos hidráulicos dos vários rios e ribeiras do Alentejo.

Os textos são também relevantes para se conhecer aprofundadamente este empreendimento colossal.

O Plano de Valorização do Alentejo foi iniciado em 1954 pelo Estado Novo e teve como objetivo transformar a agricultura do Alentejo através da construção de infraestruturas de regadio. Pretendia combater a seca, aumentar a produtividade agrícola e fixar população na região. O plano previa irrigar cerca de 170.000 hectares com água proveniente de rios como o Guadiana, Sado e Mira, através da construção de barragens (Santa Clara, Roxo, Caia, Odivelas, entre outras), canais e estações elevatórias. Esta iniciativa enquadrava-se numa visão nacionalista de modernização agrícola e aproveitamento dos recursos naturais internos.

Embora o plano tenha tido uma execução faseada e enfrentado atrasos — especialmente após o 25 de Abril — lançou as bases do atual sistema de regadio do Alentejo. As obras iniciadas nos anos 50 e 60 permitiram a instalação de culturas de regadio e serviram de base para projetos maiores, como o Sistema de Alqueva, concluído já no século XXI. O plano teve impacto económico positivo, mas também críticas por beneficiar sobretudo os grandes proprietários e deixar de fora muitos pequenos agricultores.

Nota: exemplar bastante manuseado; capas com desgaste, pequenos rasgos e vincos, manchadas e com carimbo oleográfico.