CAMILO: CARTAS DISPERSAS

CASTELO BRANCO, CAMILO (2002) CARTAS DISPERSAS. COLIG. E ANOT. CASTELO BRANCO CHAVES. PORTO: CAMPO DAS LETRAS. DE 24X16 CM. COM 184, [2] PÁGS. B.

“Camilo metido numa aldeia minhota, deambulando frequentemente pelas províncias nortenhas com passagens pouco duradouras em Lisboa e no Porto, era pelo correio e pelo telégrafo que mantinha as suas relações sociais e literárias, tratava dos interesses da família, contratava os editores, encomendava os chapéus e os charutos. Daí a variedade e o acervo de notícias pessoais que existem no conjunto das cartas que Camilo escreveu ou, ao fim da vida, ditou. Raro porém, o correspondente que não recebia regularmente o boletim clínico do romancista à data da carta, recebendo os mais íntimos também, lástimas e evocações saudosas do tempo que passara. O resto das cartas era ao sabor dos caprichos e consoante as necessidades. Ideias gerais, ideias estéticas, problemas de composição e técnica literária, acontecimentos sociais e políticos, nada disto se encontrava nas cartas de Camilo. As mais objectivas, que são geralmente as menos relevantes, cuidam de minudências eruditas e bibliográficas. (...) Assim, as cartas de Camilo são documentos pessoais (raramente íntimos) de relevante valor psicológico, bibliográficas, reveladoras do homem neurótico, acabrunhado de mazelas físicas e morais de que, em muitos lances, se considerava em expiação.” Castelo Branco Chaves

Nota: ex-libris a óleo na folha de anterrosto.