O ENCOBERTO

CORREIA, NATÁLIA (1969) O ENCOBERTO. LISBOA: [EDITORA GRÁFICA PORTUGUESA, LDA.] DE 20X12 CM. COM 45, [3] PÁGS. B.

“O Encoberto”, modelo de teatro épico-narrativo, foi escrito sob o pesadume do regime fascista que o proibiu de subir à cena e mesmo de circular em livro. Consta do relatório do censor o seguinte: “(...) trata-se do desenvolvimento em estilo ‘paródia’ de assunto histórico, com não poucas pinceladas pornográficas”. Não logrou, porém, a interdição de impedir que, pelos canais da divulgação clandestina “O Encoberto” fosse ganhando foros de clássico da dramaturgia moderna. Estudantes estrangeiros dedicam-lhe teses e passagens do seu texto epigrafam estudos sebásticos.

“O contexto em que a obra nasceu não será ingénuo. Pelo contrário, este foco na necessidade do ressurgimento do mito para salvar o país tem tudo que ver com as posições políticas, de confronto com o Estado Novo, que a autora vinha já a exercer de forma pública havia cerca de pouco mais de uma década”. Invulgar nesta primeira edição.