SADE, MARQUÊS DE (1975) OS 120 DIAS DE SODOMA OU A ESCOLA DA LIBERTINAGEM. TRAD. MANUEL JOÃO GOMES. LISBOA: ARCÁDIA. 2 VOLS. DE 21X15 CM. COM 287, [1] & 328, [4] PÁGS. B.
1ª edição em Português com um texto introdutório e a «Vida de sade» por Roland Barthes.
O 2.º vol. inclui um «dicionário sadiano» com cerca de 50 pp. da autoria do Manuel João Gomes, em que «(…) resumidamente se dão aos significantes os significados mais difíceis de achar nos dicionários vulgares, gerais ou especiais, de calão e científicos, depois crê o tradutor que nenhum lexema fica esgotado com o que sobre ele digam os dicionários, muito principalmente quando o dito lexema foi manuseado por Sade, cujo estilo afirmativo, desocultante, criminoso e longe de todo o equívoco, nada pode ter de comum com os sentidos que a vulgar falação dá às palavras em seus linguajares ambíguos, analógicos e anti eróticos….».
«Sade, n'Os 120 Dias de Sodoma, porventura a sua melhor obra, prova ser no estilo, na alegria e na violência das paixões um dos mais subversivos escritores de sempre. As verdades amargas e sardónicas reveladas na viagem ao fim da noite do ser humano constituem um absoluto fora do qual não existe realidade. O valor supremo de Sade reside na capacidade de nos perturbar ao longo de quase 600 páginas dos cento e vinte dias, conduzindo-nos à consciência de si. Trata-se segundo o autor «da narração mais impura que já se fez desde que o mundo é mundo». Sade detém-se a contemplar imagens do pecado e de actos libidinosos e proibidos visando a sondagem de um mistério que os homens e as mulheres inacessivelmente encerram.»
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