[LACERDA (JOSÉ MARIA DE ALMEIDA E ARAÚJO DE PORTUGAL CORREIA DE)] (1842) UM PAPEL POLITICO. HONTEM, HOJE, E A’MANHÃ. LISBOA: TIPOGRAFIA DO GRATIS. DE 19x12 cm. Com [2], III, [1], 205-[I] PÁGS. E.
Publicado anónimo, é Inocêncio que revela publicamente a verdadeira identidade do autor. Diz-nos no seu Dicionário acerca de D. José Maria de Almeida e Araújo Correia de Lacerda: “Publicada (…) sob o véo do anonymo, creio que é ainda agora ignorada de quasi todos a penna que a produziu. Eu a conheço; porem foi-me communicada debaixo de um segredo, que não devo revelar, ao menos agora.”
“Fidalgo da casa real. conselheiro de S. Magestade, comendador de N.ª S.ª da Conceição, deão da Sé, reitor do Liceu Nacional, comissário dos Estudos de Lisboa, do Conselho Gerald a Instrução Pública, deputado, sócio rfectivo da Academia Real das Ciências, n. em Vila Real de Trás-os-Montes (…). Em VI-1826 foi nomeado tesoureiro-mor das é da Guarda, de que passou a deão em 30.XII-1850, por morte do conselheiro José da Silva Carvalho, e este cargo exerceu por todo o resto da sua vida. As contingências da política agitada do seu tempo transtornaram a regularidade da sua carreira, pois lutou ardorosamente pelas ideias liberais, sofreu longos períodos de prisão e o desterro. (…) Depois das vitórias ganhas pelo marechal Saldanha, regressou a Portugal e apresentou-se a D. Pedro IV, que lhe dispensou profunda estima. Nos reinados seguintes, de D. Maria II, de D. Pedro V e de D. Luis, gozou de todo o respeito. (…) Durante 13 anos foi deputado e usou do seu voto para combater todas as restrições à liberdade, fossem quais fossem, viessem elas do seu próprio partido. Manifestou-se abertamente contra a famosa ‘lei da rolha’, e, na oposição a toda a tirania, publicou, um folheto, intitulado ‘Ontem, Hoje e Amanhã’, Lisboa, 1842, em que mostrou rara imparcialidade, perante violentas paixões políticas, na apreciação dos partidos e dos actos administrativos. Este escrito provocou algumas refutações anónimas. (…)”. No início do livro «Um Papel Político» confessa o autor: “(…) Odeio o absolutismo, e não sou republicano’: desprezo o ‘miguelista’, e respeito o ‘monarchismo’: commungo com os ‘Cartistas’, mas não do bando renegado, nem da parcialidade alcunhada ‘Cabralina’: sou portuguez. (…). “Os homens que estiveram, e ainda esperam voltar ao poder, e os homens que no momento actual dirigem os destinos da nação, todos devem ler este papel. (…)” in «Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira»
Encadernação da época meia inglesa em pele com singelos ferros gravados a ouro na lombada; com leve aparo e semas capas, com habitual à época.
Nota: miolo amarelecido e com ocasional acidez; pastas da encadernação com desgaste nas extremidades.
Esta obra teve uma reedição em 1990.