[JUDEUS] CARVALHO, ALFREDO DE (1936) OS PORTUGUESES EM BORDÉUS DURANTE O SÉC XVII. [S.L.: S.N.] (FIGUEIRA DA FOZ: -- TIP. POPULAR). DE 24X16 CM. COM 159, [5] PÁGS. E.
Uma das mais importantes e estimadas obras sobre os judeus portugueses e a sua importante participação no crescimento e engrandecimento da cidade de Bordéus no século XVII e XVIII. As famílias Gouveia, Fernandes, Silva, Saraiva, Lopes, Costa, figuram entre os burgueses que no século XVIII detinham importância nos negócios e administração da cidade.
“(…) O século XVIII levantou Bordéus ao nível de primeira cidade da França, como porta aberta para os mais importantes mercados da Europa e da América. (…) Se já no decurso dos séculos XVI e XVII se estabeleceu para o sudoeste da França uma corrente de imigração, muito mais se fez sentir na primeira metade do século XVIII. Ora foi essa imigração progressiva que deu a Bordéus a prosperidade que em verdade atingiu e a importância que daí lhe resultou. (…) Diga-se, todavia, que no meio dos estrangeiros eram os portugueses e os espanhóis os que mais se distinguiam e mais cedo foram admitidos na classe da burguesia. Constituíam a chamada Nação Portuguesa. Lembram as crónicas os excelentes serviços que desde o século XVI a comunidade dos judeus portugueses prestou às autoridades administrativas e às corporações de assistência.
O século XVIII foi a grande época do predomínio da Nação Portuguesa, na qual se deu a sua subida, a sua admissão na burguesia, o seu enriquecimento, o seu prestígio na França. Até certo ponto a história da cidade nesse período é a história dos judeus portugueses no comércio, na navegação e nas obras de assistência.
A cidade dos banqueiros, dos armadores, dos negreiros, dos grandes agentes comerciais que foi Bordéus no século XVIII, sentiu o valor enorme dos descendentes da Nação Portuguesa
que adoptaram o sudoeste da França como sua pátria e ali serviram o bem público com ardor, generosidade e talento”.
Transcreve abundante documentação que poderá ter interesse para a história do diáspora judaica e para a relações de Portugal com a França. Encadernação meia inglesa em pele com títulos gravados a ouro sobre a lombada; por aparar e com as capas conservadas. [miolo amarelecido; capa com manchas]