MARTINS, F. A. DE OLIVEIRA (1937) PORTUGAL E MARROCOS NO SÉCULO XVIII. LISBOA: PARCERIA ANTÓNIO MARIA PEREIRA. DE 20X12 CM. COM 209, [1] PÁGS. E.
Primeiramente, pensei em apenas historiar o último cêrco de Mazagão, completando as raras notícias que correm impressas acêrca dessa última tragédia de que a velha praça foi teatro na mão dos portugueses, complemento êste fartamente documentado com o material que encontrei no Arquivo Histórico Colonial.
Abundantemente documentado êsse acontecimento que tão pouca atenção tem merecido aos nossos historiadores do século XVIII, motivaram as minhas investigações e o encontro, entre outros documentos, da notícia acerca das negociações de paz entre o rei D. José e o imperador de Marrocos, dos diários das viagens de Fr. João de Sousa e Fr. Ant.º Moura, a Tânger, e dos embaixadores marroquinos a Lisboa.
E, assim, da história do último cêrco de Mazagão, projectada, passei à história de Portugal e Marrocos no século XVIII, tão mal conhecida que me pareceu por estudar. A verdade que destas páginas manuscritas ressalta, ligada ao pitoresco do assunto e à côr da descrição levaram-me a fazer dêsses diários um resumo circunstanciado.
Através das viagens dos nossos embaixadores e encarregados de negócios por terras evocadoras do Maghreb, tomámos contacto com os usos e os costumes dessa moirama, descendente daquela que, com os nossos, quási diàriamente, terçava armas, ao passo que, acompanhando os embaixadores marroquinos através da côrte de Lisboa, boa, temos um verdadeiro roteiro das preciosidades e coisas de maior interesse que Lisboa e arredores mostravam ao forasteiro ilustre.
Porém, para completar esta matéria, impôs-se-me a inclusão neste livro de um estudo preambular, evocador das origens, dos progressos e do declínio, até extinção no século XVIII, do domínio português na Mauritânia, seguido da paz e de um tratado de comércio que regulou as fartas relações comerciais que ligaram a corte de Lisboa à desse Marrocos de que será impossível, jamais, apagar a tradição do heroísmo português que está agarrada à terra agarena, tal qual os musgos verdes se agarram à superfície rugosa das pedras das muralhas centenárias que os portugueses por lá construíram.
Encadernação do editor em percalina, conservando a capa de brochura ilustrada a cores.
Nota: encadernação com algum desgaste.